Dividem-se por três parcelas de vinha, duas no Concelho de Mortágua e a terceira em Nelas, num total de 10 hectares. O solo é basicamente granítico, ácido, pobre em nutrientes e com pouca retenção de água.
Estando a uma altitude de, aproximadamente, 200 metros e protegidas dos ventos do mar pelas serras do Buçaco e Caramulo, as vinhas contam com um clima frio e com alguma humidade no Inverno, geadas frequentes na primavera, após a rebentação e verões quentes e secos. Com grandes prejuízos qualitativos, as chuvas de Outono chegam cedo demais, normalmente pelo dia 21 de Setembro, altura em que as vindimas estão no auge. Não é raro haver dois vinhos: antes e após as chuvas. Com base nas novas plantações de 3300 plantas por ha, as castas escolhidas, 90% de tintas, espelham o melhor que temos na região: Touriga Nacional 50%, Tinta Roriz 12,5%, Jaen 12,5%, Trincadeira Preta (Tinta Amarela) 10%, Bastardo 10% e Tinta Pinheira (Rufete) 5%.
As cepas são conduzidas em cordão bilateral, com 12 olhos cada, e o número de cachos é controlado, no início do verão, de forma a se obter baixas produções da ordem das 6 a 8 toneladas (5.000 a 6.000 litros) por hectare.
A nossa grande preocupação vai para a casta rainha, a Touriga Nacional, e a sua genética dificuldade de maturação e atraso relativamente às restantes, que chega a ser de 2 semanas. As práticas culturais, como a selecção de cachos, desfolhas, pulverizações com potássio, etc., ajudam-nos a antecipar a maturação e fugir dos perigos sanitários e de perda qualitativa dos vinhos. Importa-nos obter uvas com películas com aromas e taninos bem maduros e consistentes. Quando a quantidade e qualidade do vinho de Touriga permite, engarrafamos uma pequena parte para gozo de alguns apreciadores desta grande casta portuguesa.