Quinta da Giesta & Quinta da Fonte do Ouro
A cada dia que passa, a cada ano que passa, a cada campanha que passa, tentamos chegar mais perto ou mesmo tocar no modelo verdadeiro do Dão. Todos os dias tentamos aperfeiçoar técnicas vitivinícolas para tentar criar algo diferente, algo singular, algo que reflicta a verdadeira pureza da Região do Dão. Porquê não tentar colocar em cada garrafa o terroir do Dão? É esse terroir que vai nos distinguir de todos os outros vinhos de Portugal e Estrangeiro. Assim, saberemos que no outro lado do mundo, alguém estará a abrir uma garrafa da Sociedade Agrícola Boas Quintas e certamente reconhecerá a nossa região, uma região de história, a Região do Dão! Poderíamos dizer que não estamos inseridos num clima perfeito, num solo perfeito… Mas compensa ter este pensamento? Aqui, tentamos apenas, com as características que temos (casta, solo, clima), trabalhar o máximo possível, desenvolver ao máximo as técnicas para chegar até si um verdadeiro néctar, um vinho que seja o verdadeiro reflexo do Dão!


11 fevereiro 2010

As nossas vinhas

Dividem-se por três parcelas de vinha, duas no Concelho de Mortágua e a terceira em Nelas, num total de 10 hectares. O solo é basicamente granítico, ácido, pobre em nutrientes e com pouca retenção de água.
Estando a uma altitude de, aproximadamente, 200 metros e protegidas dos ventos do mar pelas serras do Buçaco e Caramulo, as vinhas contam com um clima frio e com alguma humidade no Inverno, geadas frequentes na primavera, após a rebentação e verões quentes e secos. Com grandes prejuízos qualitativos, as chuvas de Outono chegam cedo demais, normalmente pelo dia 21 de Setembro, altura em que as vindimas estão no auge. Não é raro haver dois vinhos: antes e após as chuvas. Com base nas novas plantações de 3300 plantas por ha, as castas escolhidas, 90% de tintas, espelham o melhor que temos na região: Touriga Nacional 50%, Tinta Roriz 12,5%, Jaen 12,5%, Trincadeira Preta (Tinta Amarela) 10%, Bastardo 10% e Tinta Pinheira (Rufete) 5%.

As cepas são conduzidas em cordão bilateral, com 12 olhos cada, e o número de cachos é controlado, no início do verão, de forma a se obter baixas produções da ordem das 6 a 8 toneladas (5.000 a 6.000 litros) por hectare.

A nossa grande preocupação vai para a casta rainha, a Touriga Nacional, e a sua genética dificuldade de maturação e atraso relativamente às restantes, que chega a ser de 2 semanas. As práticas culturais, como a selecção de cachos, desfolhas, pulverizações com potássio, etc., ajudam-nos a antecipar a maturação e fugir dos perigos sanitários e de perda qualitativa dos vinhos. Importa-nos obter uvas com películas com aromas e taninos bem maduros e consistentes. Quando a quantidade e qualidade do vinho de Touriga permite, engarrafamos uma pequena parte para gozo de alguns apreciadores desta grande casta portuguesa.